REDES SOCIAIS EM ALTA, APRENDIZADO EM BAIXA

REDES SOCIAIS EM ALTA, APRENDIZADO EM BAIXA

Artigo baseado no estudo do livro “A fábrica de cretinos digitais” do neurocientista francês Michel Desmurget

 

Há alguns anos, a modernidade faz parte de nossas vidas. Tudo acontece virtualmente pela internet que foi entrando na vida dos brasileiros aos poucos, dando a entender que seria algo para ficar, porém, além de ficar, invadiu nossas residências, chegando a destruir muitos lares e famílias que perderam a noção de limites.

Muitos estudos vêm mostrando que o uso indiscriminado da internet e das redes sociais vem gerando vários tipos de transtornos, muitos jovens ingressando no mundo do crime e outros cometendo suicídio por não ter o controle do uso das redes. Os pais têm deixado que seus filhos ingressem nesse mundo sem nenhum filtro.

O neurocientista francês, Michel Desmurget, autor do livro “A fábrica de cretinos digitais”, mostra o perigo das telas para a humanidade com um foco direcionado aos jovens que tem seu aprendizado suprimido pelas telas, que o processo da escuta ficou demonizado por entender que tudo se vê na escuta.

Recentemente, fui visitar um amigo e estava conversando na sala de sua residência, de repente ele me perguntou se queria água, eu disse que sim, enquanto conversávamos ele usou o celular em poucos minutos sua esposa que estava na cozinha nos trouxe água, foi quando percebi que ele tinha usado o WhatsApp para solicitar os préstimos da esposa, evitando a comunicação verbal como acontecia costumeiramente.

O smartfone vem cada dia ocupando mais espeço na vida das nossas crianças, enquanto isso você pergunta quanto é 2+2 e a grande maioria não consegue responder sem contar nos dedos. Estamos desaprendendo, ou poderia dizer que estamos emburrecendo, isso é assustador e com o advento da inteligência artificial nossas crianças não precisam mais fazer trabalhos de escola, tem tudo ao alcance dos olhos.

Na minha infância aprendi a ler no primeiro ano primário, no segundo ano já tinha lido um livro com mais de 200 páginas. Ainda preservo esse hábito, gosto de livro físico, pegar o livro, sentir o cheiro com conhecimento contido nas páginas, isso me atrai.

Hoje em dia, muitos pais, para se libertarem dos incômodos dos filhos, entregam a eles um smartfone e eles tem a liberdade de acessar todos os conteúdos disponíveis na internet.

Tudo isso poderia ser controlado com regras, definição de tempo para uso das redes de forma recreativa. Não sou contra o uso das redes sociais, sou contrário aos excessos pois isso tem destruído os neurônios das nossas crianças. Estamos formando uma geração de pessoas que não querem aprender, pois entendem que tudo está pronto, sem esforço algum.

O impacto prejudicial das telas recreativas à saúde e ao desenvolvimento cognitivo surge como algo destruidor bem antes dos limites de utilização média observados. É preciso insistir com palavras simples que as telas minam a inteligência, perturbam o desenvolvimento do cérebro, danificam a saúde, favorecem a obesidade e interferem no sono.

A partir da literatura científica disponível, podem ser formuladas duas recomendações formais: (1) nada de tela recreativa até os seis anos, ainda que estas sejam pomposamente rotuladas como educativa; (2) a partir dos 6 anos, não mais de 60 minutos por dia, todas as utilizações acumuladas (e mesmo 30 minutos, se quisermos privilegiar uma interpretação prudente dos dados disponíveis nas pesquisas).

Com limites e oferecendo opções a criança, aos poucos, se adapta ao tempo determinado e passa a buscar e se interessar por atividades lúdicas, livros, brincadeiras saudáveis. Mas, é necessário oferecer, mostrar, insistir.

Aos jovens o limite pode ser mais difícil e lento, mas com diálogos e persistência chega-se a resultados esperados.

É importante que os pais estejam sempre cientes do que seus filhos acessam e o limite é a única solução para voltarmos a ter indivíduos pensantes e ativos.

Deixe um comentário