A vida é uma constante luta, uma busca incessante por algo que nem sempre sabemos qual será o resultado quando chegarmos lá. Tenho observado o quanto somos desatentos a nossa verdadeira identidade, deixamos de buscar o nosso eu para buscar aquilo que a sociedade entende ser o mais importante.
Chegamos a dizer que somos desafortunados por não saber valorizar aquilo que recebemos gratuitamente das mãos de Deus, questionamos em muitas situações o que nossos amigos ou familiares têm de bens materiais e nos esquecemos de olhar a fortuna que temos dentro de nós, os recursos que não sabemos dar o seu devido valor.
Certa vez, encontrei um jovem que reclamava de tudo e de todos, que chegou a dizer que era uma pessoa infeliz pois não tinha condições de conquistar os seus desejos, que estava perdendo a esperança pois já contava 25 anos e seus bens materiais praticamente inexistiam, que seus pais eram pobres de dinheiro e ele acreditava que não tinha nada de grande valor ou importância.
Dirigi-me a ele perguntei se podia me responder quatro perguntas, ele disse que responderia quantas fizesse pois estava sufocado. Fiz a primeira pergunta:
– Você venderia seus dois olhos por um milhão de reais?
Ele respondeu de forma assustada:
– Claro que não venderia.
Fiz, então, a segunda pergunta:
– Você venderia suas duas pernas por um milhão de reais?
Dessa vez ele disse que eu estava louco pois o que adiantaria ter dinheiro sem ter as pernas.
A terceira pergunta foi na mesma linha, dessa vez perguntei sobre seus braços, ele disse que isso não tem preço, que jamais venderia membros do seu corpo para ter dinheiro, pois isso foi Deus quem lhe deu e completou dizendo que se a quarta pergunta fosse na mesma linha não precisava fazer pois a resposta era não.
Mesmo assim eu fiz a quarta pergunta:
– Você venderia por dez milhões de reais sua capacidade cognitiva e seu poder de diferenciar entre o certo e errado, o doce e o amargo, o feio e o bonito.
Fiquei sem resposta. Foi aí que ele entendeu a importância do que tinha, foi nesse momento que ele descobriu como era grande sua riqueza.
Às vezes, precisamos de um choque de realidade para entender tudo que temos e não damos valor, muitas vezes não sabemos diferenciar o que tem preço do que tem valor, perdemos a noção dos valores que temos e queremos nos ater às coisas que compramos com dinheiro, tudo por uma questão de grandeza e vaidade.
Claro que o dinheiro é importante, precisamos dele para nossa sobrevivência, mas não podemos renunciar às coisas que o dinheiro não compra, a capacidade de escrever esse texto, o sentimento de paz, as emoções que brotam nas nossas vidas, isso o dinheiro não compra, nossa inteligência e nossos hábitos saudáveis são insubstituíveis na nossa vida.
Ser importante é uma necessidade do homem, buscar ser aceito na sociedade que convive, ser grande como se isso fizesse toda diferença. Essa busca incansável por status vem fazendo com que muitos se percam no caminho e não consigam se reencontrar, vem a preocupação exagerada, a tensão e o tedio.
Procure enxergar as coisas boas que recebeu gratuitamente e desenvolva habilidades para conquistar aquilo que deseja. Você tem todos os recursos para isso. Acredite!
