O mundo se desenvolveu ao longo do tempo pelo processo de busca, quando paramos para observar tudo que está escrito desde o início da história podemos entender que a busca foi constante, alguns buscavam sem próprio alimento, outros buscavam se encontrar em lugares diferentes, outros buscavam encontrar novos conhecimentos.
Os filósofos, por exemplo, tinham uma missão definida. Hipócrates foi considerado o pai da medicina, enquanto Aristóteles era mais voltado para natureza, Platão o criador da ciência política e da filosofia política, Sócrates o filósofo que buscava a verdade de forma incansável e muitos outros que buscavam encontrar esclarecimentos para suas dúvidas e do povo Grego.
Moisés foi um buscador da libertação do povo hebreu que foi escravizado pelos Faraós, mesmo considerando-se uma pessoa frágil e de comunicação rasa ele recebeu uma missão desafiadora e não se permitiu fracassar, em alguns momentos afastou-se do grupo para refletir e pagou o alto preço da ausência.
Mahatma Gandhi buscou encontrar uma forma de libertar o povo Hindu do jugo inglês sem que acontecesse o derramamento de sangue, usou toda sua habilidade, imprimiu uma comunicação eficiente e eficaz, evitou a guerra e fez com o governo do Reino Unido entendesse que era o momento para a Índia conquistar sua liberdade.
Nelson Mandela lutou contra o apartheid na África do Sul, foi preso, castigado pelos seus carcereiros mas não desistiu de lutar, sua busca foi a força matricial que usou por quase trinta anos no presídio para conseguir o seu intento e liberdade do povo sul-africano.
Esses são alguns dos exemplos que cito de forma grandiosa para mostrar que a busca não pode parar.
A busca não é para os fracos, muito menos para quem não sabe o que quer, a busca é uma decisão que tem uma profundidade extraordinária que requer planejamento, disciplina, escolhas, abertura de caminhos, autoconhecimento e determinação. O buscador é um peregrino que sabe onde quer chegar.
O peregrino religioso perdeu a sua maestria no mundo dos caminhantes, hoje todos somos peregrinos, exceto aqueles que não têm sonhos, não têm metas e não sabem onde querem chegar. Vejo pessoas desiludidas da vida por motivos fúteis ou até mesmo sem motivos, simplesmente por não lidarem com os espinhos do caminho que precisa ser seguido.
Nosso entendimento está baseado no processo de crescimento do ser humano que busca encontrar seu melhor exemplar, que quer fazer a diferença e mostrar maestria naquilo que faz. Quando caminhei incansavelmente pelas montanhas da França e Espanha eu não parava de pensar na busca do melhor, eu não parei um único dia para descansar sem antes refletir de forma profunda sobre o significado da busca.
Caminhar por caminhar qualquer um pode fazer, para muitos basta ter capacidade física, mas somente o peregrino busca aprender com a caminhada, descobrir os motivos e suas razões, e somente com essa busca irá entender que nada acontece por acaso, que a sua caminhada tem um objetivo maior que é prover o encontro do seu eu essencial com seu eu representação.
(foto: Caminho de Santiago de Compostela, arquivo pessoal)
